segunda-feira, 21 de março de 2011

Oficina de Bonsai em Natal-RN

Estava indo para exposição de orquídeas em Natal-RN nos dias 18, 19 e 20 de março, quando soube que o mestre bonsaista José Martins (RN) daria uma oficina de bonsai no dia 19, sábado pela manhã. Achei maravilhoso porque assim tiraria uma série de dúvidas. Sempre tive muita vontade de me aprofundar na bela arte que nasceu na China, e que se aprimorou no Japão.

Bonsai de Bougainvillea
Tive a oportunidade de bater um papo com o Sr. Martins antes mesmo da aula começar, no seu stand de vendas. A minha primeira pergunta foi: podemos fazer bonsai de Adenium? Ele foi categórico em afirmar que não. Explicou: o bonsai é feito de arbustos e árvores e alegou outras justificativas, o que me convenceu.
Stand do Sr. Martins

Em seu stand pude vê de perto os diversos formatos de bonsai. Um trabalho de anos e anos de dedicação e não via a hora da aula começar para saber um pouco mais, porque a vontade de aprender era muita!

Papo vai papo vem, é chegada a hora do início da oficina. Muitos interessados estavam já sentados esperando com ansiedade, principalmente estudantes do curso de Biologia, quem sabe futuros bonsaistas e outras pessoas como eu.

Procurei sentar na primeira fila para fotografar tudo e perguntar muito.
Eu de blusa vermelha.
Sr. Martins começou falando da origem do bonsai. Falou das diversas ferramentas usadas, do substrato, do vaso (bandeja), adubação, poda e aramação.
Como recebi um encarte do Bonsai Nordeste, transcreverei para vocês:

O que é um Bonsai?
A tradução da palavra Bonsai do japonês significa árvore em bandeja, isto é, árvore envasada ou simplesmente árvore plantada em bandeja. Na realidade é uma árvore plantada em um vaso, que é uma réplica artística de uma encontrada na natureza. Tanto que o bonsaísta procura imitar todas as característas da planta no seu hábitat, inclusive fazendo uma floresta.
Quando e como regar?
A rega é o fator mais importante para a sobrevivência do Bonsai, em especial no Nordeste, cujo clima é quente durante praticamente todo o ano. Normalmente o Bonsai deve ser regado diáriamente e no verão, dependendo da espécies, duas vezes ao dia. Pode ser regado usando um regador ou um borrifador, desde que isto seja feito lentamente, de maneira que a água penetre até sair pelo dreno do vaso, garantindo que todas as raízes sejam alcançadas.

Localização
Os Bonsai, embora pequenos, são árvores idênticas as árvores grandes. A partir daí podemos deduzir que a localização ideal para o Bonsai é ao ar livre, ou seja, onde receba sol, ar, chuva e a umidade da noite. Podemos, alternativamente, colocar o nosso Bonsai em um terraça, uma varanda, um pergolado ou simplesmente em uma janela. A plena exposição da planta ao sol fortalece as árvores e retarda em parte o crescimento e as folhas ficam menor do que se estivesse na sombra.
Algumas espécies se adaptam melhor como "Bonsai de Interior" desde que fiquem em local que receba boa iluminação, ventilação e pelo menos 2 h de sol, são elas: Serissa, Ficus, Carmona, Oliveira, Jaboticabeira, Olmo Chinês, Romã, Schefflera, Sagoretia, Portulacaria, Gardenia, Jasmim, Azaléia, Pitangueira, etc.

Fertilização ou Adubação
A maioria dos Bonsai, necessita ser adubado uma vez por mês, principalmente no final do verão e na primavera. Devemos ter muito cuidado ao adubar o Bonsai, pois o adubo em excesso irá matar a planta. Normalmente se usa a metade da quantidade recomendada pelo fabricante de adubos químicos. Existem adubos líquidos específicos para Bonsai, normalmente importados do Japão, Alemanha ou Argentina, que são os mais aconselháveis embora tenham custos elevados. Sr. Martins recomenda o OSMOCOTE, uma adubo de liberação lenta, facilmente encontrado no Brasil. Em hipótese nenhuma debemos adubar Bonsai recém envasados, que estão debilitadas, muito seco devido falta de rega ou em período de calor forte no verão. As árvores mais velhas geralmente são adubadas em menores quantidades que as mais jovens.

Aramação do Bonsai
 Pulverização
Podemos borrifar as plantas com um borrifador ou com uma mangueira que tenha um terminal que permita lançar água como se fosse uma chuva. Deve-se pulverizar toda a planta de cima para baixo e de baixo para cima de maneira a molhar todas as folhas. A pulverização não substitui a rega e devemos fazer pelo menos 2 ou 3 vezez por semana.

Reenvasar
Dependendo da espécie, a planta deve ser reenvasada anualmente ou de dois em dois anos. O transplante é feito com poda de raiz e suabstituição do substrato ou parte dele. A terra a ser usada deverá ser de boa qualidade e não é a mesma terra utilizada em jardim. A Bonsai Nordeste (http://www.bonsainordeste.com.br/ ) presta este tipo de serviço.

Poda
A poda tem como objetivo manter a estética da planta ou corrigir ramos defeituosos. A poda também é utilizada para criar um Bonsai a partir de uma muda de viveiro, mas a poda a que nos referimos é muito mais uma poda de conservação, proporcionando a estética do Bonsai. Deve-se podar com ferramentas adequadas e na época certa para não perder a planta.

Sr.Martins tomou um vaso de Ficus variegata adquirido em viveiro e nos ensinou como transformar em Bonsai. 
Bonsaista José Martins

Inicialmente podou alguns galhos. Retirou a planta do vaso e com uma ferramenta foi descartando todo o substrato, retirando o torrão de cima para baixo.


vaso para Bonsai













Poda dos galhos
 Com a planta limpa, tomou um pequeno vaso, onde pôs uma tela nos furos e prendeu com um arame de alumínio.

Esta técnica ajuda a manter por mais tempo a umidade.

Feito isto, plantou o Ficus e acrescentou aos poucos e com muito cuidado o substrato composto de pedrisco, pedaços minúsculos de telhas e terra em proporções diferentes dependendo da planta.
O galho ao ser podado passar uma pasta selante para ajudar a cicatrizar e ao mesmo tempo evitar que fungos e bactérias penetrem no corte.
Pasta selante na poda
Retirando o torrão

Adicionando o substrato
Utilizando uma vareta, que os bonsaistas chamam de hashi, vai acomodando o substrato no vaso. A medida que vai socando o substrato ele vai se acomodando de modo a não deixar espaços vazios.

Está praticamente pronto o nosso Bonsai. Sr. Martins ensinou também a fazer a amarração usando um arame de alumínio para dar forma aos galhos. São diversas as variedade, como o "Varrido ao Vento", "Cascata", "Semi Cascata", "Vassoura" e tantos outros.
Uso de um hashi

Colocando o adubo









Achei bem interessante o uso do adubo Osmocote na bandeja do Bonsai. Com um copinho o adubo é acomodado e preso com arame. O adubo vai soltando nutrientes lentamente, de modo que você fica despreocupada.


José Martins e Vera Coelho
 O melhor estava para acontecer. Com tantas pessoas inscritas e presentes na sala, eu, que não ganho nem no par ou ímpar, fui sorteada com o nº 14 com o meu primeiro Bonsai.
Não dava para esconder minha alegria.

Este foi meu primeiro curso e meu primeiro Bonsai. Espero ter oportunidade de realizar muitos outros e quem sabe daqui para frente eu comece a exercitar esta bela arte.

Obrigada ao Sr. Martins e sua esposa, pelo carinho como me receberam.
Agradeço também aos amigos do CPO - Círculo Potiguar de Orquidófilos pelo convite, na pessoa da presidente, Sra. Selene Garcia.

Gostaria de divulgar o grande evento a ser realizado em Natal-RN, nos dias 20 a 22 de maio de 2011, no Praiamar Hotel. Acontecerá o I WORKSHOP INTERNACIONAL DA ANB, com a presença do bonsaísta Nacho Marin da Venezuela.
Maiores informações com: sergivaldo@gmail.com (83)8817.3877, josemartinsf@bol.com.br (84)9921.5019
O evento contará com as presenças de grandes bonsaístas do Nordeste, a exemplo de Luiz Galvão (PE), Bergson Vasconcelos (AL), Sergivaldo Costa (PB), Juarez Alves (RN).


Pessoas presentes.

Vera e Nanci Batista


sábado, 12 de março de 2011

Pachypodium, uma planta da família Apocinaceae

Pachypodium saundersii
Da mesma família do Adenium, o nome Pachypodium deriva do grego pachy, que quer dizer grosso e pódium (pé). Requer o mesmo tratamento do Adenium por ser uma suculenta, com um detalhe, tem espinhos ao longo do caudex ou caule. Solo bem drenado e pobre. As flores são vistosas com um ligeiro perfume.  

Caudex do Pachypodium
Foram descritas 25 espécies, sendo 20 da Ilha de Madagascar onde encontraram boas condições de desenvolverem e 20 da África Mericional. Sua distribuição é a seguinte: "Pachypodium são nativos de Madagascar e continental da África Austral , isto é, Angola , Botswana , Moçambique , Namíbia , África do Sul , Suazilândia e Zimbabwe ."


Sua seiva é extremamente venenosa, como a maioria da família Apocinaceae. O caule é grosso na base, parecendo uma garrafa e afunilando nas terminações. Concentra grande quantidade de água no tronco, podendo viver períodos intermitentes de seca ou estiagem.


Podem ser cultivados numa varanda pegando sol ou ao livre, recebendo sol direto durante o verão. Somente no inverno a atenção deve ser redobrada para não ficar enxarcado e apodrecer tronco e raízes. Não suporta geada, podendo causar a perda total se não for devidamente protegido em estufas especiais.
A perda das folhas não é motivo de preocupação, mas de atenção. A queda do metabolismo vai exigir menos regas. Se as folhas amarelarem e caírem podem significar sinais de alguma praga, como cochonilhas ou pulgões, devendo ser usado um inseticida sistêmico ou mesmo de contato.


propagação por sementes

Podem ser propagados por estarquia ou sementes. Por ser uma planta de solo árido, é ideal para o paisagismo tipo jardim seco, plantado ao lado de cactos e suculentas com muitas pedras. As sementes demoram a germinar mais que o Adenium, é questão de paciência.


 "Adenium e Pachypodium apesar de serem da mesma família, segundo Leeuwenberg é mantido na subtribo Neriinae, colocado debaixo da tribo Wrightieae Considerando Pachypodium é colocado ao lado do da subtribo Pachypodiinae, no Echiteae tribo. Embora relacionados, esses táxons significa que os dois não estão intimamente relacionados."

O Pachypodium lamerei apesar de ser chamada de Palmeira de Madagascar, não é uma palmeira, mas uma suculenta. Cresce em torno até 6 metros. As flores surgem acima das folhas.


 
ESPÉCIES:

Pachypodium ambongense


Pachypodium baronii

Pachypodium bicolor

Pachypodium bispinosum

Pachypodium brevicaule

Pachypodium cactipes

Pachypodium decaryi

Pachypodium densiflorum

Pachypodium eburneum

Pachypodium geayi

Pachypodium gracilius

Pachypodium horombense

Pachypodium inopinatum

Pachypodium lamerei - palmeira-de-madagáscar, palmeirinha-de-madagáscar.

P. lamerei














Pachypodium lealii

Pachypodium makayense

Pachypodium meridionale

Pachypodium menabeum

Pachypodium namaquanum

Pachypodium rosulatum

Pachypodium rutenbergianum

Pachypodium saundersii

Pachypodium sofiense

Pachypodium succulentum

Pachypodium windsorii
 
REFERÊNCIAS: